Um dos assuntos que sempre geram enormes preocupações entre os casais, sem dúvida é a gestão financeira a dois. Quando estamos solteiros a facilidade de nos adaptarmos e nos adequarmos aos nossos padrões de consumo em geral é bem mais simples, pois não há ninguém, além de nós mesmos, a gerar as receitas e despesas.
A partir do momento que incluímos mais um ou uma nessa equação, uma nova realidade acontece, sendo necessário que nos adaptemos a ela e manter o equilíbrio financeiro que se tinha antes. Para facilitar, existem cinco passos importantes para que esse entendimento aconteça:
1 – Deixe as regras claras desde o começo;
É importante deixar claro, já no princípio, como tudo irá funcionar. O início de namoro é a fase onde o que menos queremos nos preocupar é com obrigações e regras. Muitos deixam se levar pelo romantismo e pelo encantamento, desfrutando ao máximo esse tipo de emoção, que é importante nesta etapa. Precisamos lembrar que é um momento de descobertas e ajustes na vida em casal e isso também inclui a questão financeira. É preciso conversar sobre a situação financeira real, anterior e atual de cada um. Entender como a família de cada se relaciona com o dinheiro também ajuda, pois nos permite saber como nosso parceiro foi educado e como ele cuida do seu dinheiro. Tudo isto deve ser feito de maneira respeitosa e carinhosa, sem cortar o clima, nem constranger o parceiro, buscando manter o bom relacionamento.
2- Estabeleçam uma saudável intimidade financeira;
Ainda no começo do relacionamento, se constrói a intimidade do casal, é fundamental aproveitar este momento e desenvolver também a intimidade financeira. Os casais que tem dificuldade em compartilhar sua situação financeira, seus projetos e objetivos, costumam ter conflitos. É importante conversar sobre como cada um vê as despesas de um casamento e de uma família. Quem deve pagar oque e de que forma. Cada precisa saber como o outro pode contribuir, mesmo que não seja meio a meio. O bom senso deve prevalecer, especialmente quando houver diferenças de renda, pois ela pode ser compensada de outra maneira, como cuidado da casa ou das crianças, por exemplo. Quem coloca menos dinheiro, precisa valorizar as outras coisas que agregam na relação e quem recebe essa ajuda também. Dependendo de como o casal trabalhar essa diferença, pode conseguir muitos resultados positivos. Quem ganha mais pode estimular o outro a conseguir melhorar seu patamar, potencializando a relação e beneficiando a todos.
Compartilhar e compensar as diferenças é fundamental para que o casal não crie um ambiente onde um viva um padrão de vida acima do outro, sobre o mesmo teto. Nessas condições, a relação é seriamente comprometida.
3-Resolvam pendências financeiras e emocionais;
Todas as pendências não resolvidas, sejam emocionais ou financeiras, consomem energia e desgastam a relação. Muitos conflitos, discussões e desentendimentos, quando não resolvidos acabam desaguando nas finanças, ou como forma de compensar o desgaste emocional ou para “punir” o parceiro. É preciso ter maturidade e admitir excessos ou erros, resolvendo a situação evitando assim, prejuízos emocionais e financeiros.
4 – Entendam as diferenças de perfis;
Cada pessoa possui uma educação ou criação distinta. Isso afeta diretamente no comportamento com o dinheiro. O fato de não ter recebido afeto, ter tido uma educação muito permissiva, ou ter passado por necessidades na infância, podem desenvolver comportamentos completamente diferentes, de consumo em exagero ou falta, dificuldades para dividir, doar, compartilhar as coisas e as emoções com os outros na vida adulta. A partir do momento que o casal tomar consciência de qual perfil ou qual comportamento cada um desenvolveu, é possível fazer com que essas questões sejam percebidas e as consequências destes comportamentos não criem problemas.
5 – Evitem ressentimentos;
Construir uma relação onde os vínculos emocionais estão bem sólidos torna-se imprescindível expressar nossos sentimentos, para fortalecer ainda mais nossa personalidade e os laços afetivos. Do contrário, nos tornamos indivíduos ressentidos, acumulando problemas que podem estourar a qualquer momento, quando este for a gota d´agua. É preciso ter liberdade e tranquilidade para expressarmos nossos sentimentos em relação as pessoas que nos cercam e que queremos bem, sem que isso cause qualquer constrangimento. Maturidade e bom senso sempre são importantes nessas situações. Se alguma atitude lhe incomoda, ou lhe parece grosseira sente, converse com seu par e de forma positiva corrijam essa situação. Entender oque acontece com o outro e respeitar seu momento buscando uma solução em conjunto, sempre ambos ganham. Rir, chorar, sentir saudade, também faz parte desta questão. É importante que se possa ser quem somos e pôr para fora aquilo que estamos sentido, sem machucar ou diminuir nosso parceiro. Assim, os indivíduos se fortalecem, crescem e evoluem refinando e melhorando a vida do casal.
Construir uma relação com vínculos de afeto fortes e maduros, propicia um crescimento substancial, tanto emocional quanto financeiro para os envolvidos. Permite que usufruam dos benefícios que somente relações harmoniosas, seguras e sólidas possuem. Relações estas, onde todos saem ganhando e onde o dinheiro não é sinônimo de problema e sim de realização e conquista.
Autor: André Gustavo Fröhlich