Por Rogério Olegário do Carmo, Planejador, Consultor e Educador Financeiro Pessoal
O conselho Monetário Nacional, em 18 de setembro de 2019 decidiu reduzir a SELIC para 5,5% ao ano, a menor taxa básica da economia da história do Brasil. E segundo alguns analistas que consultei, há previsão de novas reduções: para 5% até o final de 2019 e para 4,5% logo no início de 2020 e mantendo-se estável até o final do ano.
Que boa notícia! Sim, essa queda, que não foi determinada por nenhuma autoridade e sim decidida por técnicos, em um colegiado, nos sinaliza que a economia do país vai bem, está amadurecendo e com boas perspectivas para os próximos anos. Isso significa inflação baixa e crédito mais barato.
Isso facilita a vida do tomador de crédito, que pagará por juros mais baixos, que na minha opinião, só deve ser usado para as atividades produtivas, jamais para o consumo. E mesmo em ambiente macroeconômico com juros básicos baixos, fique longe das dívidas.
Para aqueles que já se encontram endividados, também é bom, daqui a uns dias ou meses esta redução da taxa básica de juros, implicará em taxas de juros menores na rede bancária. Com isso os endividados poderão renegociar ou portar suas dívidas, trocando aquelas contratadas no passado com taxas mais altas, por outras, agora com taxas mais baixas. Mas lembre-se: negocie para que o prazo seja o menor possível. O que mais impacta no custo total de uma dívida é o prazo e não os juros. O prazo, representado pela letra “n” nas fórmulas de matemática financeira, invariavelmente aparece no expoente e colocar 120, 240 ou 360 meses no expoente, em uma fórmula usada contra você, não é um tiro no pé, é na cabeça.
Por outro lado, se essa força exponencial for usada a seu favor, nos investimentos é “bom demais da conta, sô”. Mas você pode se perguntar: mas de que adianta se a taxa agora está tão baixa? De fato, a rentabilidade dos produtos de renda fixa tradicionais, especialmente aqueles na rede bancária de varejo, renderá muito pouco, como também a caderneta de poupança. Esta, “ó coitada”, passará a render míseros 3,85% ao ano (70% da SELIC). Já um produto de renda fixa, que renda 100% da SELIC, entregará em 1 ano 4,54% já descontado 17,5% de imposto de renda (taxa para o prazo de investimento entre 1 a 2 anos).
Diante deste cenário o que fazer? Diversificar seus investimentos e buscar uma maior exposição ao risco, de modo controlado, dentro do perfil de aceitação de rico do investidor. Nas corretoras, você encontrará produtos diversos e com rentabilidades maiores que na rede bancária de varejo, mas as opções são muitas e a maioria dos investidores não possuem conhecimento para escolher e/ou tempo para acompanhar seus investimentos.
Daí surge a necessidade de ter uma assessoria de investimentos, onde o assessor estudará seu perfil de investidor, suas necessidades, objetivos, prazos, valores iniciais para investir, aplicações ou retiradas regulares ou esporádicas e montará uma carteira que atenda todas as suas necessidades. Deste modo não é possível recomendar um produto ou outro. Aquela “dica do dia” jamais servirá para todos, pois cada investidor é único. Seria como apontar que o melhor carro é o da marca Xis de cor branca.
Assim quanto mais a economia amadurece, mais o mercado financeiro exige técnica, atenção, estudo e tempo do investidor. E como este não quer ou não pode se desviar de suas atividades laborais, torna-se premente a contratação de um assessor de investimentos ou um consultor financeiro, como 94% das famílias americanas fazem, contra pouco menos de 1% das brasileiras.
Saia do lugar comum, marque uma conversa conosco e faça seus investimentos crescerem, mesmo em um cenário de taxas de juros baixa. É nesta hora que a assessoria faz diferença, afinal, quando as ondas são boas, qualquer um surfa.
Não faça estoques, mesmo que ache promoção imperdível!
Reze o seguinte mantra: “Juros não pago, só recebo”!